Quem sou eu?
de Tere Penhabe
Quem sou eu?
Bruxa mal-amada ou fada desalmada?
Sou um ser vil,
ou um ser que serviu?
Sou o canto de passarinhos alegres,
ou o pio estridente da coruja?
Sou o sorriso de uma criança,
ou o monstro que se esconde
entre as luzes da cidade?
Sou a mentira ou sou a verdade?
Quem há de saber...
Certamente,
Deus!
Que não se engana com os filhos Seus.
Que não lê palavras, e sim corações...
Que abona a compaixão, não a ingratidão...
Que não acata, debalde, insensatez e fraude.
Que me protege e me guia,
até que um dia
eu possa me guiar sozinha,
mas não ainda...
Deus...
Sabes bem que não gosto de falar de Ti,
porque não estou certa de saber quem És,
mas sei que Sabes quem eu sou,
melhor do que ninguém,
melhor do que eu mesma...
por isso me coloco em Tua Mão,
com toda a fé do meu coração:
- Julga-me, Senhor!
E eu sei que Podes... se preciso for,
Se tudo que apregôo é uma ilusão,
se sou a mentira e a leviandade,
que seja o meu carrasco: o coração!
Mas se ao contrário, o meu fadário,
é só mais um, entre os de tantos irmãos,
presas infelizes da própria ingenuidade,
da ingratidão, do ciúme, da inverdade...
Poupa-me Senhor!
E então suplico, com amor,
para mim e para todo irmão:
- Piedade e perdão!
Assim seja!
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